quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

CORPOS, COMPORTAMENTO E ESTRUTURA SOCIAL

AG00208_Como a maioria dos primatas vivem em grupos, pode conclui-se que os benefícios superam os custos. Os indivíduos podem se adaptar comportamentalmente e anatomicamente a diferentes tipos de estruturas sociais.

HOMINÓIDE

ORGANIZAÇÃO SOCIAL

CARACTERÍSTICAS

GIBÃO

MONOGAMIA

·  São pequenos símios;

·  Modo de vida arbóreo, são altamente acrobáticos;

·  Casal monogâmico de até 3 filhos dependentes;

·  Territorialistas;

·  Dieta de frutas e folhas

·  Quando adultos deixam o grupo natal para formar outro grupo;

·  Possuem basicamente o mesmo tamanho do corpo

·  A monogamia dura a vida toda.

GORILA

POLIGINIA DE UM MACHO

·   São os maiores símios;

Animais predominantemente terrestres;

·  Dieta baseada em folhagem de baixa qualidade encontrada em touceiras dispersas;

·  Grupos de 2 a 20 indivíduos;

·  Sua organização social parece com a do orangotango. Possui um único macho adulto – silverback – que pode acasalar com fêmeas maduras, e suas crias imaturas vivem no grupo. Os machos maduros competem pelo controle do grupo

·  A fêmea adulta geralmente transfere-se para outro grupo de livre escolha

·  Machos possuem o dobro do tamanho das fêmeas.

·  Novos grupos se formam quando um silverback solitário começa a atrair fêmeas maduras.

CHIMPANZÉ

POLIGINIA DE MULTIMACHO

·  Animais terrestres;

·  Arbóreos;

·  Comunidades frouxas de 15 a 80 indivíduos, possuindo machos maduros e fêmeas maduras e suas crias;

·  As comunidades são mantidas por contato casual entre machos e fêmeas. A essência da vida social é uma fêmea e sua cria.

·  Os machos não mantém controle sobre os “home ranges” de um grupo de fêmeas. Um grupo de machos defende o território da comunidade contra machos de comunidades vizinhas;

·  Fêmea copula no cio com vários machos;

·  Machos possuem de 25% a 30% do tamanho das fêmeas.

·  Fêmea transferem-se para outros grupos quando atingem a maturidade;

·  Não há vínculo de parentesco entre as fêmeas;

·  A distribuição dos machos irá depender se eles podem ou não defender o território sozinhos ou precisam da cooperação de outros machos. A cooperação é essencial e é mais efetiva entre parentes.

·  Machos transferem-se para outros grupos ao alcançarem a maturidade

ORANGOTANGO

POLIGINIA

DE UM MACHO ESPALHADA

·  Maior do que o gibão;

MModo de vida arbóreo;

Possui uma única fêmea madura e sua cria dependente, eles ocupam um “home range” que geralmente sobrepõe-se àquele de uma ou mais fêmeas maduras e seus filhotes;

Machos solitários que ocupam um território onde existem vários “home range”, de várias fêmeas maduras com as quais acasala, isto é um macho acasala com várias fêmeas.

Possuem o dobro do tamanho das fêmeas;

Defendem o seu território da entrada de outros machos;

Não há vínculo de parentesco entre as fêmeas.

A distribuição dos machos irá depender se eles podem ou não defender o território sozinhos ou precisam da cooperação de outros machos. Porém, a defesa pode ser feita por um único macho


Entre os primatas, os machos permanecem em seu grupo natal enquanto as fêmeas adultas deslocam-se ou são raptadas. Os machos que geralmente defendem a sua comunidade possuem, em geral um grau de parentesco entre si.
Causas da Organização Social
Para cada espécie, um tipo de interação deve ocorrer entre a sua herança filogenética básica – sua anatomia e fisiologia – e fatores fundamentais no ambiente. Assim as espécies provavelmente irão reagir diferentemente aos mesmos fatores ambientais criando, no mínimo, parte da diversidade observada. Segundo Richard Wrangham da Universidade de Michigan, não existe consenso sobre como a organização social dos primatas evoluiu. Durante 2 décadas as explicações ecológicas foram uma fonte popular de explicações. Uma das explicações mais aceitas foi a defesa da predação. Os machos destas espécies geralmente são equipados com grandes e perigosos dentes caninos. Os dentes podem ter sido selecionados porque provaram-se altamente efetivos em mitigar a ameaça de predação. A distribuição de alimento pode ter sido uma consequência de se viver em grupo. A distribuição de alimento também foi sugerida como um desencadeador de organização social. Wrangham sugere que a distribuição de alimento foi uma influência chave na organização social. Para ele o comportamento da fêmea tem um papel muito importante para o sistema social que evolui dentro do cenário ecológico.
O sucesso reprodutivo das fêmeas está associado à quantidade de filhotes que podem ser criados com sucesso. O acesso aos machos maduros não é um fator limitante como o acesso à comida o é. Machos primatas, assim como outros tipos machos mamíferos, não oferecem nenhum cuidado à sua prole. O sucesso reprodutivo deles é determinado pelo sucesso em ter acesso a fêmeas maduras. Na grande maioria dos primatas, as fêmeas permanecem no grupo e os machos deslocam-se.

Estratégias reprodutivas diferentes:
Para a fêmea o sucesso reprodutivo está ligado ao acesso a alimento.
Para o macho o sucesso reprodutivo está ligado somente a ter acesso a fêmeas maduras.
Essa diferença influencia bastante na estrutura social geral das sociedades primatas.
Sob este aspecto a cooperação entre parentes é bastante comum, já que ajudando a um parente está ajudando a si mesmo, porque eles partilham os mesmos genes.
·      Grupos sociais com várias fêmeas irão se desenvolver em organizações sociais onde os recursos alimentares são discretos e passíveis de defesa. Esses grupos são conhecidos na antropologia como matriciais. Com primatas não humanos um termo melhor seria vínculos de parentesco entre fêmeas.
·      Grupos sociais com vários machos se formarão quando houver necessidade de defesa do grupo quando não for possível a territorialidade e quando houver o aumento crescente do mesmo que não cria maiores problemas. Vários machos podem contribuir na segurança quando houver encontros competitivos ocasionais.
·      A intensa interação social – grooming – ocorrem quando há no grupo vínculo de parentesco entre as fêmeas e menos frequente nos casos onde não há vínculo.
·      Agressão nos grupos com vínculo entre fêmeas deve surgir devido ao acesso a recursos alimentares.
·      Agressão nos grupos sem vínculo ocorre devido ao acesso às fêmeas e os machos são os maiores agressores.
Outra consequência da sociabilidade entre os primatas é o tamanho do corpo, ou dimorfismo. A seleção natural onde ocorre competição entre machos tende a levar ao aumento do corpo. Os dentes caninos exagerados nos machos também pode ser citado. De acordo com esta teoria, nos grupos onde não há competição entre os machos, eles e as fêmeas possuem o mesmo tamanho. Todas as espécies caracterizadas com algum tipo de poliginia são caracterizadas por dimorfismo sexual. Os caninos desenvolvidos também são encontrados em espécies poligínicas. Porém, não se sabe qual a correlação entre grau de poliginia e dimorfismo sexual.
Outras explicações biológicas também são possíveis. Por exemplo, os machos são maiores para garantir a defesa do território contra predadores ou porque tendo corpos de tamanhos diferentes das fêmeas, não brigam entre si pelos recursos alimentares que são distintos. Robert Martin acredita que “fêmeas menores podem acasalar antes”.
O comportamento social completo de uma espécie é produto de uma mistura de causas e consequências do fato de indivíduos se reunirem para coexistir em grupo.

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